quarta-feira, 22 de maio de 2013

Pensamentos aristotélico

       


        Aristóteles discordava discordava de Platão, afirmando que a realidade é única, sendo as formas imanentes e não transcendentes às coisas - isto é, inseparáveis dos objetos e não exteriores a eles.Isso quer dizer que a essência estaria nela mesma e não no mundo inteligével ( que só pode ser compreendido através da utilização da inteligência, em detrimento dos sentidos; que só existe na ideia: Platão opõe o mundo inteligível ao mundo sensível , como ideia).Um exemplo: o homem tem sua essência nele mesmo, não é de fácil compreensão, pois está dentro dele, e não é algo que possa ser explicado, ou  entendido de onde vem essa essência, mas acontece de dentro pra fora, e não de fora pra dentro, por isso que não é uma ideia colocada na pessoa, mas nasce na pessoa.Esse filósofo chamava a essência de substância, não era uma ideia, é um composto de matéria e forma.Por isso, Aristóteles valorizava a sensação e a experiência como etapas do conhecimento da realidade.
          Aristóteles considera a experiência em relação ao conhecimento e à verdade:

''Todos os homens têm, por natureza, desejo de conhecer: uma prova disso é o prazer das sensações, pois fora até da sua utilidade, elas nos agradam por si mesmas e, mais que todas as outras, as visuais. Com efeito, não só para agir, mas até quando não nos propomos operar alguma coisa, preferimos, por assim dizer, a vista ao demais.A razão é que ela é, de todos os sentidos, o que melhor nos faz conhecer as coisas e mais diferenças nos descobre.'' ARISTÓTELES.Metafísica.São Paulo:Abril Cultural, 1973, p. 211. v.1. (Os pensadores)

          Segundo Aristóteles, a experiência era um conhecimento rudimentar, pois referia-se apenas ao que era particular. Já a arte era mais universal, porque alcançava as causas dos seres e dos fenômenos. Por exemplo, saber que ele curaria todas as pessoas que sofressem de determinada doença, era questão de arte.
          Aristóteles valorizava o papel da experiência, pois dividia os conhecimentos em alguns tipos, aos quais ela seria necessária, em diferentes graus: as ciências práticas, ligadas à conduta individual e social, tais como: a Ética e a Política; as ciências teoréticas, responsáveis pelo conhecimento racional, tais como: a Matemática, a Física e, principalmente, a Metafísica. Para um relacionamento também precisamos conhecer a pessoa, sair, conversar, e para o conhecimento do outro ser completo não podemos acreditar somente nos nossos sentidos (audição, olfato, paladar, tato e visão), mas também ter a opnião da família e amigos diante do(a) parceiro (a) que está ainda conhecendo.
          Para melhor compreender a realidade, a Física aristotélica observava e classificava os seres sensíveis por semelhanças e diferenças, o que também ocorreria, mais tarde, na ciência experimental moderna.Contudo, Aristóteles considerava a etapa intelectual, em que o pensamento buscaria a essência dos seres, como responsável pelo conhecimento mais verdadeiro e mais importante. Da mesma forma para conhecer uma pessoa seria essencial não apenas ouvir o coração, ou os sentimentos, mas também usar a cabeça, a razão, as atitudes e comportamentos que a pessoa tem antes mesmo de ter uma visão errada e acabar decepcionando pelo ser que ainda está sendo descoberto.
           Aristóteles previa uma ciência para cada substância distinta e a Metafísica para tratar da substância em geral, nos aspectos universais.Caberia a ela demonstrar, por exemplo, que tudo possui quatro causas.Vale lembrar que em grego a palavra causa significa, ao mesmo tempo, o que e como as coisas são, por que  e para que elas existem.As quatro causas seriam:

- causa material: o elemento que a constitui
- causa formal: a forma que ela apresenta
- causa eficiente ( ou motora) - o que a gerou pelo movimento
- causa final: a sua finalidade, a função de apoiar objetos

         No contexto aristotélico, destacava-se uma causa final comum a todos os seres: Deus, o primeiro motor imóvel, ou seja, o que colocaria as coisas em movimento, sem se mover.Ele não era visto como criador.Apenas atraía os seres com sua perfeição, em busca da qual eles seriam aperfeiçoados, atualizando potenciais, sob o impulso de causas eficientes.
         Na Metafísica cristã, ao contrário do primeiro motor imóvel aristotélico, Deus aparece como criador.É móvel e causa eficiente, pois, na criação, move-se e move  a substância.

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